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terça-feira, 21 de junho de 2011

Mochilão para Raposos

Verão de 2010 (acho que já citei para vocês a minha facinação com esta estação do ano). Eis que consigo tirar minhas tão sonhadas férias no emprego no mês de fevereiro. Queria aproveitar o carnaval, o mar, Itabira e as lindas cachoeiras que só Minas tem.
Logo no primeiro domingo, vésperas do merecido descanso, quebrei tudo num bloco carnavalesco no Santa Tereza.Um cara mais louco que o Batman se apaixonou por mim na fila da cerveja, me mostrou a carta de vinhos do restaurante e perguntou qual vinho eu gostaria de tomar em sua companhia. Sem pestanejar, escolhi o mais caro, achando que aquilo não passava de um lero lero dos mais fajutos. Quando saio da fila, ele me aparece com a garrafa debaixo da blusa e disse que tinha roubado pra gente. Acho que foi a maior prova de amor que já tive de um gênero masculino... A única, se não me engano. De lá fui parar na promoção de verão do Gis Club : Hot Summer, Tudo a R$3,00 (inclusive sua dignidade).

Obviamente eu não estava sozinha nesse domingo "do jeito que o diabo gosta", minhas secretárias do concurso Rainha do Carnaval, Dum e Luíza também faziam parte o programa. Eu fiquei umas 3 horas com uma caipirinha de 3 pedaços de limão, 3 dedos de cachaça e 3 pedras de gelo na mão, de tão ruim que estava. Saimos de lá cada uma mais sem dignidade que a outra, a ponto de eu arrancar uma Espada de São Jorge em um jardim e correr atrás das meninas para bater nelas sei lá por qual motivo. Depois disso dormimos todas em minha casa.
Na segunda-feira (oh glória!), eu estava de férias! Levantamos meio dia, na maior ressaca e enquanto eu fazia o almoço, as secretárias foram comprar cerveja. Nesse intervalo de tempo eu pensava: "Como o dia tá lindo! Tá pedindo tanto uma cachoeira..." Então quando terminamos de almoçar eu tive a brilhante idéia: Vamos pra Raposos?
Luíza: Não, eu tenho que ir pro meu estágio.
Dum: Não, eu tenho que ir trabalhar.
Porém, meu poder de persuasão power acabou por convencê-las: "Gente, cachoeira! Luíza, você não conhece cachoeira! Vamos? Dum, falta ao trabalho! A gente leva uma vodka, compra alguma coisa pra comer, não são nem 30 minutos de ônibus!"

Bastou isso para sairmos feito loucas de casa. Cada uma com um copo de cerveja na mão em direção ao centro de BH para pegarmos o coletivo com destino à cidade de Raposos cantando: "To-tô de férias, tô indo pra Raposos". Luíza aproveitou a ocasião para passar em um lojão e compar um short de banho rosa, que mais parecia papel crepom, por R$4,00. Lindo, imaginem. Quando finalmente chegamos na cidade, depois de uma hora e meia no ônibus e a Dum querendo me matar, já era por volta das 17 horas. Como era horário de verão, tínhamos que nos apressar para conseguirmos tomar um solzinho.

Chegamos na cachoeira (que não era cachoeira, era só esse filete de água da foto),estávamos lá lindas curtindo a água, a vodka e otras cositas más quando Luíza deu um mergulho e o short rosa começou a soltar tinta no rio matando uns 647 peixes. Foi aí um ser humano muito inconveniente apareceu e mudou toda a história.
Primeiro, na companhia de uns 5 outros homens, ele se aproximou de nós e se apresentou como Bodoque. Educadas, demos a ele um sorriso de Monalisa continuando a beber e conversar na beira do rio. Vendo que havia sido esnobado, ele pediu um pouco de vodka e nós, educadas, porém sinceras, dissemos que não. Insistente demais, ele nos convidou para um mergulho e  também recusamos. Então ele começou a nos perturbar, até a hora em que jogou água em mim e minhas secretárias disferiram umas boas dúzias de palavras feias que fizeram com que ele saísse da água extremamente nervoso e embrenhasse mata afora.

Nesse momento, um outro homem que observava toda a confusão se apresentou sobre a alcunha de Vanderley (se não me engano) e iniciou o seguinte diálogo:
_ Gente, cêis são doida? Cêis tiraro o maior patrão da cidade. O Bodoque é o maior patrão da cidade!
Eu fiquei imaginando que ele era o maior patrão da cidade porque o pai devia ter alguma empresa que empregava muita gente, até o Vanderley falar claramente que o cara exercia atividade ilícita e violenta. Ele nos aconselhou a irmos embora e disse que nos levaria pela trilha, pois já estava ficando escuro. Nós ignoramos o conselho e acabamos fazendo amizade com ele, que até de verdade ou consequência ele brincou com a gente.
 
Na hora de ir embora já estávamos mais pra lá do que pra cá. Havíamos tomado uma garrafa de vodka, várias cervejas e não estávamos nem um pouco preocupadas com o perigo. Quando passamos em frente a um bar no final da trilha que levava de volta à cidade e  lá estava o tal Bodoque de moto e cara amarrada. Vendo nossa bela amizade (que parecia de anos) com Vanderley, ele disse: "Coé Vanderley, vai ficar dando idéia pra essas patricinhas tiradas?"
 
Achamos aquilo um baita desrespeito com nosso amigo e para irritá-lo ainda mais, abraçamos o Vanderley e começamos a gritar: "HEY, HEY, HEY, VANDERLEY É NOSSO REI!" O coitado do Vanderley estava morrendo de medo e seguiu para sua residência, nos convidando para ficar lá. Mas como a gente ainda tinha o mínimo de discernimento, paramos em um bar adiante onde as meninas me enganavam falando que estávamos ganhando cerveja. Eu não aguentava mais beber. O dono do bar, um senhor de uns 1800 anos, estava super feliz, pois parecia que não via um cliente há pelo menos uns 1750. Porém, a cara de felicidade dele não era cara de quem estava nos dando cerveja e foi aí que descobri o truque das duas, estabeleci o limite (coisa rara) e fomos embora pra rodoviária. No meio do caminho um carro parou ao nosso lado oferecendo carona, era o Vanderley na companhia de um amigo muito esquisito, mas nós fomos.
 
Chegando na rodoviária, o tal amigo que não me lembro mais o nome viu uma viatura da polícia e começou a se comportar estranhamente. Ele perguntou se não podia nos deixar em um ponto de ônibus na BR, pois tinha que fazer uma entrega e não podia ficar alí. Imediatamente eu disse que não, mas as secretárias loucas adoraram a idéia porque os rapazes disseram que em frente ao ponto de ônibus tinha um posto de gasolina e um bar, onde nos pagariam umas cervejas. Sem que eu tivesse tempo de dizer não novamente,  os dois arrancaram o carro e eu, desesperada, com lágrimas nos olhos, imaginei que alí acabavam minhas férias, meu verão e minha vida.

Brigamos uma com a outra quando percebemos que eles exerciam a mesma atividade do Bodoque. Brigamos com eles, que só faziam rir da nossa cara pra aumentar nosso desespero, até que  finalmente chegamos ao tal ponto de ônibus onde eles realmente pagaram a cerveja e Vanderley se declarou apaixonado pela Dum. No final, disse que nos pegou no meio caminho com medo de o Bodoque nos seguir. Gracinha demais! É uma pena que nunca mais possamos voltar à cidade para visitá-lo.

5 comentários:

Vinil disse...

Aaaaaaaah o verão!!!
Morri de rir aqui! kkkkkkkkk....
Depois que passa a gente ri mesmo.
O lindo short que comprei era rosa de papel crepom e manchou minha camiseta branca depois que dei um mergulho na "cachoeira".
Deise, eu não sei pra que ando com você rsrs..

Unknown disse...

É tudo mentira, eu jamais participaria de uma coisa dessas... era de crepom mesmo, Vinil. kkkkkkkkkkkkkkkk

Vinil disse...

O short custou 5,00 reais rs.. e pra piorar minha camiseta ERA branca.
E a revelação dele no verdade ou consequencia?! hahahaha..
Nos demos da nossa bebida pra Vanderley e chocolate também rs..
Eu não queria entrar no carro do "amigo" lembro bem disso.
E bom lembrar que no ponto do onibus, Vanderley nosso rei, "lembeu" a orelha da Dum kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk...

Unknown disse...

É, gente!!! Ngm me respeita! kkkkk

Anônimo disse...

NOSSA DEISE SUAS HISTORIAS SAO FANTASTICAS ..
ADORO QUANDO VC PUBLICA
MAS QUE PENAQVC PLBICA TAO POUCO ...
CONTINUI ASSIM AQUI SEMPRE ESTAREI VISITANDO O SEU BLOG QUE E MUITO BOM