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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O Dia Em Que Meu Pai Morreu


Olá, meus caros!

Hoje dividirei com vocês a experiência de quase morte que assustou toda a família Maia em meados de 2003.


Meu pai, um senhor de idade já madura, possuía uma oficina mecânica na frente de nossa casa, um bairro bem familiar da cidade de Itabira.

Eu nessa época, morava em Belo Horizonte e trabalhava em uma clínica psiquiátrica (sugestivo, não?).


Um belo dia recebo uma ligação na clínica, era minha mãe:


_Filha, eu tenho uma notícia pra te dar, mas fica calma.

Desespero automático:

_Calma por quê, mãe? O que aconteceu? Fala, fala logo!

_Calma Deise!Você tem que ser forte, minha filha!

_Faaaala mãe, o que aconteceu????

_Seu pai, ele morreu.

_Como assim? Morreu de quê?


Fiquei bege, super bege. Meu pai vivia aprontando, como ele morre assim, de uma hora pra outra???? Cho- quei.

_Ele estava em Sabará, morreu afogado no Rio das Velhas.

_Tá, tudo bem, to indo praí.. Já acharam o corpo? Avisaram a família toda?

_Já, já avisei todo mundo, vem pra cá porque ainda não tenho notícias do corpo, to tentando falar com a namorada dele, mas ela não atende...


Bom, conversei com minha chefe, que ficou compadecidíssima, ofereceu ajuda financeira para o enterro e tudo mais. Eu ainda não acreditava... Ele não tinha feito metade das coisas que havia me prometido em vida, como me levar ao Mineirão pra ver um jogo do Galo (como até hoje não o fez).

Quando finalmente o sentimento de negação deu lugar ao da perda, e eu já ia começar a chorar, minha mãe me liga novamente:


_Eu vou mataaaaaaaaaaaaar seu pai, aquele irresponsáááável!!!!!

_Que isso, mãe? Respeita a memória do meu pai, ele...

_Ele não morreu não, aquele #~!@*& !

_Como assim, não morreu???

_Aquele F#@%&*!!! Simplesmente saiu, deixou a casa toda aberta e foi pra Sabará com a namorada dele. Tá lá até hoje!!!

_E de onde a senhora tirou que ele havia morrido?

_Uai, a vizinhança inteira dele estava me ligando, falando que havia dias que ele não abria a oficina, e a casa estava toda aberta. Fui lá ver o que podia ter acontecido. Quando chego, a casa realmente estava aberta e não havia ninguém, então fui ao bar que ele frequenta, pra saber se alguém tinha notícias dele. Foi então que Fulano começou a chorar e me perguntou se eu não estava sabendo que ele tinha ido pra Sabará e que tinha morrido afogado.



Detalhe: O tal fulano estava bêbado às 11h da manhã e minha mãe dá crédito pra um trem desses... Dou conta.