Pesquisar este blog

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Cabelo, Cabeleira, Cabeluda, Descabelada!


Cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada

Quem disse que cabelo não sente

Quem disse que cabelo não gosta de pente

Cabelo quando cresce é tempo

Cabelo embaraçado é vento

Cabelo vem lá de dentro

Cabelo é como pensamento

Quem pensa que cabelo é mato

Quem pensa que cabelo é pasto

Cabelo com orgulho é crina

Cilindros de espessura fina

Cabelo quer ficar pra cima

Laquê, fixador, gomalina”


Se tem uma coisa que eu gosto bastante é do meu cabelo. Durante anos da minha vida eu travei uma luta medieval com ele, passando tudo o que se pode imaginar. Desde aquela famosa pasta verde (que pra mim é ácido sulfúrico purinho) até banho de creme com ovo, abacate, babosa e outras iguarias que se não estivessem batidas no liquidificador, eu ficaria parecendo a Carmem Miranda.

Vamos começar lá de trás...

Quando eu nasci, minha mãe percebeu que eu tinha as grandes entradas do meu avô materno e ficou desesperada. Ela fala que fez uma simpatia com gordura de galinha (sim, gordura de galinha. Vê se isso é coisa de passar em um recém –nascido???), passou nas entradas e os cabelos logo nasceram. Uma tia minha, irmã do meu pai (http://deisedepequenininha.blogspot.com/2010/05/o-dia-em-que-fugi-de-casa.html), que presenciou o ato disse a vida inteira que minha mãe usava titica de galinha em meu cabelo, e por isso ele era ruim daquele jeito.

Na escola sempre escutava musiquinhas à respeito, e a que eu mais odiava, tinha pavor, era: “Olha a nega do cabelo duro, que não gosta de pentear. Quando passa na porta do túnel o negão começa a gritar: Pega ela aí, pega ela aí _Pra que? _Pra passar batom _ Que cor? _ De violeta, na boca e na bochecha.” Durante anos essa música foi um grande trauma em minha vida. Com a imaginação fértil que eu tinha, já cheguei até ao ponto de ter um pesadelo onde estava andando em uma rua escura e quando entrava em um túnel, vinha o maldito negão com um batom violeta passar em mim. Foi horrível eu tentando escapar do negão...

Minha mãe sempre contribuindo para as economias da casa, não nos levava ao salão para cortar ou arrumar os cabelos. Uma vez eu me lembro que estava na moda usar franja e todas as meninas da sala tinham cortado seus cabelos. Eu, Deisedepequenininha, nunca me interessei por estar na moda, mas minha mãe é a revista Vogue em pessoa, e me cortou uma franja também. Fiquei simplesmente parecendo um poodle e o povo ria tanto, mas tanto... Que eu chorava todos os dias na escola. Mas não foi só comigo que ela aprontou tentando ser hair stylist, lembro-me que uma vez ela resolveu escurecer o cabelo da minha irmã, que sempre foi mais claro que o meu. Até aí tudo bem, se ela não tivesse usado papel crepom preto para executar sua brilhante ideia! E o pior, ela o fez antes da menina ir para a aula. Resultado: Ligaram da escolinha pedindo minha mãe para busca-la porque o cabelo dela estava verde.

Quando eu estava na adolescência, minha melhor amiga tinha os cabelos lindos, bem longos e pretos , que ela usava sempre em uma grande trança. Eu ficava encantada com os cabelos dela e resolvi deixar o meu crescer também, para usar a tal trança. A diferença era que o cabelo dela era bom e a trança ficava para baixo, já a minha ficava reta, parecendo aquelas máscaras com uma faca enfiada na cabeça.

Assim que cresci um pouco mais, a revolta da minha mãe veio a tona porque meu cabelo era crespo (os cabelos dela sempre foram anelados, mas não crespos. Já meu pai é um negão de 5m_de altura_ como meu cabelo poderia ser liso, senhor?) e então ela resolveu tirar o escorpião do bolso e pagar um salão de beleza (tristeza) para mim todos os sábados de manhã. Imaginem só o meu humor, já que eu estudava no período matutino e sábado, que era o único dia em que eu podia dormir até um pouco mais tarde, tinha que levantar cedo para ir ao salão.

Nada contra quem frequenta ou quem é proprietário de um salão, mas para mim não há neste mundo um lugar mais torturante: 50 mil mulheres falando ao mesmo tempo!! Enfim, odeio ir ao salão de beleza, mas como minha mãe estava pagando, dei adeus ao sono matinal dos sábados por quase 2 anos. Logo depois voltei a usar o bom e velho Black!

Agora que estou praticamente uma senhora beirando os 30 não dou conta mais de me levantar e me ver de black power todos os dias e fico imaginando: O que é que eu faço com esse mafuá, gente??? E quando ele ficar branco? Vou ficar parecendo o Don King? Aceito sugestões.


2 comentários:

Unknown disse...

Don king Reise. kkkkkkkkkkkkkkkk

DEBORA disse...

eu amoooo seu cabelo... lindooo!!! mas vc se esuqeceu de contar do dia em que minha mãe insinuou que eu tinha que fazer uma escova progressiva nele..."era um cabelo assim que vc tinha que alisar pra fazer propaganda" kkk vc ficou com uma cara de tonta, calada e eu mais ainda... enfim, eu disse para seu alívio: "mas mãe, o cabelo de Deise é bonito assim, desse jeito" kkkk. Beijo fumão!