
Em meados de 2002, fui selecionada para trabalhar como entrevistadora em um grande instituto de pesquisa, durante as históricas eleições que colocaram o sr. LILS para comandar nossa nação.
Devido ao segundo turno, tivemos que dar apoio às equipes do sul do país, e eu fui escalada para passar vinte dias no maravilhoso Pantanal Sul Matogrossense e a aventura começou com nosso supervisor dizendo que devíamos levar muita roupa de frio, pois lá era gelado, por ser no sul. Comprei luvas, touca, cachecol, e fui linda.
Quando desembarquei parecia que estava em uma sauna. O termômetro da rodoviária marcava exatos 42 graus. Sim, eu disse rodoviária, pois não havia passagem aérea para toda a equipe.
Dentre todas as aventuras que me aconteceram nesses vinte dias, a que mais me marcou, foi sem dúvidas a minha ida a uma tribo indígena, a Tribo Limão Verde:
Primeiramente, para fazermos nossa pesquisa na aldeia, tínhamos que pedir permissão ao cacique.A aldeia era gigante e tivemos que andar horrores procurando o cara. Eu fiquei impressionada, porque as ocas deles (que eu esperava que fossem aquelas tradicionais, de palha), eram de tijolo e cimento. As mulheres vestiam aquelas saias indígenas, e os homens, graças ao bom Deus, vestiam um short.
Depois de andarmos toda a aldeia atrás do cacique, o encontramos em sua Oca - Mor e vocês não vão acreditar. Ele tinha OITO MULHERES! Sim, eu disse OITO. Como ele não falava nossa língua (pra mim ele estava fazendo é linha, pois todo mundo falava português), precisamos de um intérprete. Ele falou, falou, falou e finalmente liberou o nosso trabalho. Com a condição de que voltássemos lá quando acabasse.
Andamos a aldeia inteira e conseguimos enfim finalizar a pesquisa. Quando voltamos lá pra agradecer, o cacique super poderoso, rodeado de suas OITO MULHERES nos oferece um doce de caju em calda feito especialmente por suas esposas. Detalhe: Eu ODEIOOOOO caju, faço até vômito com o cheiro... Obviamente, eu agradeci e falei que não queria. Meu parceiro fez o mesmo, mas o cacique com aquela flecha nas costas disse:
"Vai fazer desfeita pra cacique e pras mulher de cacique?"
Pensei no quanto eu queria sair viva daquela aldeia e respondi:
_Claro que não, né seu cacique!Pode colocar um pouquinho aí pra mim...
Então ele me dá um copo duplo lotado de doce... E eu com medo de vomitar e tomar uma "frechada", comi bem devagar e prendendo a respiração. Lembrando de quando minha mãe nos obrigava a comer verdura, tomar remédio, etc com seu aterrorizante chinelo na mão... Quando estava no último pedaço, tinha uma formiga amazônica no meu doce que mais parecia um rato!Eu prendi a respiração,arredei a formiga e olhei apavorada para o meu parceiro, que me ohou com a mesma cara e os olhos cheios de lágrima. Quanto mais eu partia o útimo pedaço, mais formiga eu achava. Minha vontade era jogar aquele copo longe e sair correndo,desviando das flechadas.
Mas aguentei firme e terminei. Fomos embora calados e duros de tanta tensão, e quando
saimos da aldeia, falamos juntos:
Puuuuuuuuuuta que pariu, meu doce tinha umas formigas gigantes!!!!!!
Acho que elas faziam parte da compota...
3 comentários:
Ah gente! Só o Cirilo pra acreditar no tal frio sem tamanho, no Pantanal... Lembrei daquele Tuiuiu que vc trouxe preu.
kkkkkkkkkkkkkk... estou tentando imaginar o tamanho da ratormiga! ahuahauha
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ainda morro de rir com seu blog!
Sempre tive medo de indígenas!
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