Esses dias recebi uma linda
mensagem da Mariana Melgaço que dizia assim:
“Me faz bem ler
Deisedepequenininha. Escreve mais, vai!”
Pois bem, hoje vou contar como eu
a conheci então, porque foi um episódio épico.
Depois de passar um tempo morando
em Belo Horizonte, voltei à Itabira para estudar. O que foi muito difícil para
mim, pois quando saí da cidade, eu era uma atleta: Não bebia, não saia e não
conhecia ninguém com esses hábitos. Retornando à cidade, eu já era da turma da
manguaça e não tinha nenhum amigo que me acompanhasse. Por isso mesmo,
quinzenalmente eu vinha passar o fim de semana em Belori Hills com Eduardo
Amaral e a Liga da Justiça (carinhoso nome da nossa turma).
Em uma dessas vindas (tenho
várias histórias dessas vindas para contar), saímos no sábado (não me recordo
para onde) e no domingo o Guilherme me convidou para um aniversário surpresa de
sua melhor amiga. Como eu já havia gasto todas as minhas economias e teria que
trabalhar na segunda de manhã, inicialmente recusei o convite, mas o Eduardo
arrumou um cheque não sei de onde para pagar minha parte (cheque este que não
tinha uma origem muito confiável, porque ele combinou com a organizadora da
festa que o pegaria de volta e passaria o dinheiro na terça). Vendo tamanho
esforço do meu amigo, me comovi e resolvi ficar para o tal evento.
Na ida passamos por dentro de uma
feirinha de rua onde eu resolvi parar para comer um churrasquinho. É como se
fosse um daqueles prazeres do filme O Fabuloso Destino De Amélie Poulain:
Churrasquinho e cerveja! Isso me afaga a alma de um jeito, que eu fico
extasiada... E o Guilherme rindo da minha cara: “É pobre demais mesmo!!!! A
gente indo pra festa e ela comendo churrasquinho na feira!” O detalhe é que já
era mais ou menos duas da tarde e nós não havíamos comido nada antes de sairmos
de casa.
Chegando a tal festa, a
organizadora estava distribuindo uma folha A4 e canetas para que os AMIGOS da
Mariana deixassem uma mensagem para ela no mural. Minha vergonha começou por
aí. Como eu não sabia nem de quem se tratava, escrevi só “Felicidades, Nana”! E
todos já olharam estranho para aquele papel miserável entre tantas mensagens
enormes no lindo mural da Mariana.
Enquanto eu passava essa
vergonha, o Eduardo e o Guilherme já estavam servindo nossos copos de cerveja e
procurando por comida. Qual não foi a surpresa dos dois quando viram que só
havia petiscos e eles de estômago vazio. Essa foi minha vez de rir da cara
deles, óbvio.
Assim passamos a tarde bem
agradável (tinha muita cerveja), com pessoas bastante agradáveis também.
Inclusive, uma perguntou: “Você conhece a Nana de onde?” e eu: “Não conhecia
não, os meninos que me convidaram...” Então a doida começou a gritar para a
festa inteira, que rapidamente se juntou no coro: “Bico! Bico! Bico” (Segunda
vergonha).
A terceira vergonha veio quando
meus amigos, não me lembro por qual razão, se desentenderam e saíram no tapa no
meio da festa da menina que eu não conhecia e tive que separá-los (isso porque
já eram umas 6 da tarde e os dois bebendo de estômago vazio). Mas, eu com toda
a minha diplomacia os fiz fazerem as pazes e enfiei um pedaço de salaminho na
boca de cada um para amenizar o efeito do álcool.
Assim as pessoas foram indo
embora, indo embora, indo embora... E adivinhem?! Por fim só estávamos nós
três, a aniversariante e a organizadora do evento, que também era moradora do
condomínio onde a festa ocorria. Elas juntaram todas as coisas, conversamos
bastante e eu finalmente conheci um pouco mais sobre a Mariana [Nana ou Minduim
(porque ela é do tamanho de um amendoim japonês, que tinha na festa)].
Enfim, as meninas já estavam
morrendo de sono e olhando pra nós com cara de “Vai embora, gente! Pelo amor de
Deus...”
Mas ainda tinha muita cerveja e estávamos todos animadíssimos. O
Guilherme inclusive resolveu que iria sair para comprar cigarro (umas 10 da
noite), mas a anfitriã disse que de forma alguma o deixaria sair uma hora
daquelas e subiu ao apartamento para pegar um cigarro para ele. Para a nossa
sorte, a Mariana foi junto e nós nos olhamos simultaneamente e falamos juntos: “Tô
morrendo de fome!!!” E então alguém deu a ideia de procurarmos os petiscos que
já estavam guardados na cozinha. Abrindo o freezer, a única coisa que
encontramos foram dois recipientes enormes que estavam com patê de milho e o
outro de alho. Bêbados como estávamos, não pensamos duas vezes... Comemos o
patê todo (na mão) enquanto as meninas não voltavam. Quando elas chegaram nós estávamos
com um bafo tão horrível de alho que despedimos delas e fomos embora (analisando
as músicas da Marina Lima pela rua: “Qual o sentido e Eu tô grávida de um
liquidificador??? Quaaaal? Nenhum!!!!” Dizia o Guilherme).